Considere este texto pequenino como um aviso: preciso REALMENTE que vocês me ajudem com a pesquisa. Quero melhorar isso aqui. São só três questões que doem menos do que procrastinar:
Prometo para mim mesmo uma edição curta que me serve de alento: não deixar de me conectar com a provável audiência em meio a turbilhões pessoais e profissionais.
O que me motiva, me veio ontem em call com profissional que admiro muito e que, vejam vocês, é assinante desde o começo por aqui: uma das influenciadoras que ela conhece quer largar tudo e viver de slow content.
Alto lá. Cabe aqui puxar minha carteirinha de um dos produtores de conteúdo mais antigos da feira para trazer os prós e os contras da decisão. Vai que ajudo alguém?
Senta que lá vem história. Slow história
Lembro rapidamente que publico meu primeiro conteúdo online em Outubro de 2003. Pretendia ser crônica, relatando neste formato (estava meio obcecado por Rubem Fonseca e congêneres na época) a relação entre consumidores e marcas piratas. Defendia sem saber certa posição de confronto a hegemonia das marcas. Pois é, blogueirinho polêmico de uma época romântica onde recebíamos em casa kits da Campus Party para participar das primeiras edições do evento.
Aqui, destaco esse eterno flerte com formatos fora do padrão para trazer verdades inconvenientes, e essa eterna mania de ignorar comos e focar em por quês. Deu no que deu.
O fato é depois desse, pouco mais de 3 meses depois, lançava este blog aqui, que mantive atualizado até pouco antes da Pandemia e que, entre 2004 e 2010 funcionava como plataforma principal . E que hoje, me ajuda em alguns testes de SEO.
Depois vieram na sequência o site da produtora e o meu pessoal, plataforma em que defendia em seu manifesto o contato direto e a curadoria de conteúdo como formas de expressão de quem pretendesse viver para além das plataformas, seus algoritmos e fórmulas fáceis.
Pois é, em minha humilde e sempre mal preparada opinião, slow content tem esse quê de ir contra a maré, priorizar seu tempo interior e contar a sua própria história. E são raras as excessões onde isso se converte em algum ganho financeiro ou até mesmo de conexão interpessoal.
→ O seu tempo funciona normalmente apenas para você: daí, ocorre que, quando você investe em uma vida slow content, precisa contar com maior colaboração de um possível público leitor do que a média. Você dá uma certa ignorada nos insights de suas estatística de acesso e segue olhando para uma parágrafo o dia todo. Dois durante a semana. Tudo bem por você? Ótimo.
→ Plataformas curtem regras e tem gente o tempo todo falando delas: publique um reels por dia, os fios no threads são ótimos para construir base, TikTok é a melhor maneira de começar, os Notes aqui do Substack são como Twitter deveria ter continuado…
→ Slow readers existem? Essa é uma questão para a qual não tenho resposta. Em dias mais otimistas acredito em toda uma comunidade que tem uma relação mais tranquila com o conteúdo produzido aos borbotões por aqui e em outras paragens. Mas, nos dias mais realistas lembro que todos vivemos em uma sociedade cansada, ansiosa e submissa ao que essas mesmas plataformas cospem em nossa direção. Daí, fica o dilema: será que existe público para o consumo lento se nós mesmos sofremos enquanto COLETIVIDADE de uma aceleração geral?
→ Mesmo em ritmo lento, você tem um plano? Aqui, queria lembrar que conteúdos publicados em ritmo diferenciado combinam com soluções de preço mais alto. Mas, pensando bem, nem sequer consideramos que você estaria comercializando (ou monetizando, como gostam de dizer, sofisticamente) este conteúdo, certo? O fato é que indicaria você ter pelo menos um objetivo com o seu conteúdo mais lento. Nem que seja, tomar um café enquanto produz o texto do mês… do semestre.
→ E mesmo sem plano, você tem motivação? O que nos leva a esta outra pergunta. Produzir conteúdo dá trabalho. E é um trabalho contínuo. Que pode ir melhorando com o tempo mas que, não raro, será bem ruim no começo. Mesmo invocando os espíritos da parcimônia, é de seu feitio ter a disciplina monástica de se escovar palavras, imagens, sons e vídeos até brilharem e poderem sair à rua? E fazer isso continuamente por anos?
Era isso, Slow Content pode ser a melhor desculpa para ser Não Content. Mas pode também ser uma forma de se relacionar com o mundo.
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🍪🥠 Biscotinhos em edição ensaística também têm valor…
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