Como usei um verão sem viagem para mergulhar no chatGTP e em pensamentos futuros
E porque ficou claro para mim que temos um presente promissor e um futuro preocupante, envolvendo I.As generativas. E mais: podosfera pouco criativa, The Menu, Avatar 2 e livros lidos.
. me proponho a descansar entre o recesso de anos novo e as três primeiras semanas de janeiro e é o que consigo fazer: não fazer nada. Mesmo não viajando, sigo em algumas leituras que estavam encomendadas em minha longa fila, rego plantas, planejo coisas em família, discuto outras, enfim, uma vida sem notificações. Percebo que essa é a grande vitória em um contemporâneo que nos fagocita como um platelminto gigante e nós amebas menores.
: esposa insiste, por volta da data do meu 50º aniversário, que é terapêutico não pensar. Tento, mas dois dias depois estou me aprofundando em reflexões sobre o impacto possível e plenamente provável que as IAs generativas terão na indústria do conteúdo.
: . percebo que a mudança de rota se dá depois dos feeds e foryou's da vida começarem a pipocar com discursos propondo uma revolução em curso, depois da qual jamais seríamos os mesmos: teríamos uma explosão criativa e cerebral, concluindo artigos (inclusive os acadêmicos), roteiros, planejamentos, tabelas, códigos, receitas, planejamentos de conteúdo e plots de filmes em minutos.
: : . o protagonista inconteste da revolução seria a nova cepa de Inteligências Artificiais Generativas, ou I.As Generativas formada por chatGTP, MidJourney, Dall E-2, Synthesia, Repurpose IO, Copy.ai, ChatSonic e outros representantes mais ou menos famosos, em uma lista de aproximadamente 20 indicações que você facilmente encontra em conteúdos insistentemente exibidos a quem se interessar pelo assunto graças a - vejam só vocês - a assertividade de algoritmos.
. : : : . ao longo do mês de janeiro, então, me proponho um teste: utilizar o chatGTP como ferramenta de criação de texto para três de minhas instâncias de produção, o site da minha produtora, o site pessoal ligado a esta newsletter e um antigo hub de conteúdo ainda no ar por motivos, diria, sentimentais.
Os achados e a minha opinião estão no artigo:
13 textos que explicam o que nos espera depois do ChatGTP
lembro de indicar também…
…que recebi por e-mail, esta forma zumbificada dos blogs, o aviso para ler esta matéria na Fortune, com os bastidores do queridinho da lista, o chatGTP de como ele foi anunciado em 30 de novembro de 2022;
acho curioso como o cara que me ensinou a baixar filmes do torrent e a pensar conteúdo como negócio, segue em questões contemporâneas às minhas. Falo de Cris Dias - que em sua newsletter promete entregar sua solução para um uso assertivo do ChatGTP;
e considero oportuno que Bruno Natal lance no início do ano de 2023, um episódio de seu podcast Resumido, no qual conversa sobre e com o próprio sistema de I.A;
dou play em vários episódios de Altamira, a temporada atual do Projeto Humanos, que acho bastante cansativa; faço o mesmo com “O Ateliê”, trabalho recente de Chico Felitti em mais uma incursão nos…arredores de sua casa. Mais do mesmo. Temo por este platô de formatos em que a podosfera se transformou.
lembro que, de forma oposta, alguns trabalhos recentes da Rádio Novello são a exceção desta regra estranha, sendo o episódio 72 horas, o meu preferido atualmente. Com estrutura de produção simples e foco na captura dos momentos loucos que antecederam a invasão da praça dos três poderes em 8 de janeiro, o episódio dá uma aula sobre jornalismo narrado. Eles estão por aqui no Substack e o material que acabei de citar pode ser encontrado abaixo:
concluo em uma tarde morna de verão e vento, a leitura do livro “Uma etnografia dos sonhos Yanomami - O Desejo dos Outros, de Hanna Limulja, da Editora UBU. Como aviso no post do Instagram sobre o dia que o livro é: “…uma interessante jornada pela capacidade do povo Yanomami construir identidades e maneiras de se estar no mundo a partir do tempo-do-sonho. Tragicamente oportuno, visceralmente necessário.”
faço o que todo bibliófilo de grande coração e privado de razão faz, e compro por impulso ainda na rede, esta a que balança na tarde de verão e vento, um livro indicado pelo próprio livro, que além de deliciosa metalinguagem é atestado de bons antecedentes. Emendo assim a conclusão de uma obra no início da outra, como uma saudável centopeia humana (de cérebros, de cérebros). Este livro é o “Livro dos Sonhos”, de Borges.
sobre sonhos, falarei mais detidamente ao final desta edição. ;)
volto aos cinemas - já que falei de Torrents -, para marcar meu ponto de peregrinação na sala escura vendo o biolionário Avatar 2, o caminho da água. É o filme mais bonito que eu já vi, porém com um roteiro cheio de barrigas;
acima, a provável audiência pode acompanhar a minha insistência no cinema 3D. E, aliás, insistindo no Be.Real também, de onde tirei essa imagem. Lembro de mencionar como vocês podem me encontrar por lá:
BeRe.al/mauroamaral
considero, contudo que o momento cinematográfico de destaque no período foi o inusitado “The Menu” (Mark Mylod, 2022). Olho por cima do meu ombro direito e graças a minha visão periférica diviso o poster do “A Fábrica de Chocolate” original, de Gene Wilder de 1979, estrategicamente instalado do home-office. Para mim, O Menu é uma Fábrica de Chocolate para adultos, atingindo um nível de sutileza que nem Tim Burtom conseguiu com o seu Johnny Depp de sempre em sua releitura da década passada.
como disse no twitter logo após desconectar o app da Star+, onde o título está disponível:concluo, sinalizando que, se nesta semana, que resume o recesso + férias e o conturbado início de 2023 - , tivesse que escolher apenas um momento seria esse, o monólogo “Do Not Eat":
o que você estaria fazendo agora se fosse um assinante da [read][rec][play]?
. imagino junto com a provável audiência a figura de um produtor de conteúdo em início de carreira. A pessoa identificou já um talento e disposição de viver de sua habilidade em encontrar, produzir e disseminar boas histórias. Suas inclusive.
: só que tudo isso leva tempo para treinar. A pessoa vai passar por dúvidas, primeiros erros e acertos, constatações sobre a volatilidade do ambiente digital, seus contratantes - sendo eles marcas ou não - e uma boa centena de informações. Algumas decepções.
: . vinte anos depois a pessoa pode estar produzindo conteúdo para o digital ainda? Muito provavelmente não. Mas pode acontecer. E é aqui que a versão paga desta newsletter e sua vontade de viver de produzir conteúdo se encontram.
: : . posso fazer você ganhar tempo. Se liga no que rola na versão paga deste ambiente:
o que você ganha ao assinar minha newsletter por R$ 7 por mês?
Pensei em três retribuições. Além, é claro, do meu crescente compromisso em sempre produzir o conteúdo por aqui.
Sempre que eu entrevisto alguém relevante para a minha pesquisa, preciso editar o conteúdo para ele ficar mais conciso. Mas, como assinante, você terá acesso à íntegra destes papos.
E como conversa é o que move o mundo, temos um grupo fechadíssimo em nosso Telegram para seguir conversando, indicando leituras e debatendo os temas dos programas. Normalmente, entro em contato tão logo a pessoa assine. Mas, caso tenha deixado passar, fala comigo!
Você têm uma hora por mês de assinatura para trocar uma ideia comigo sobre projetos de conteúdo. Não é bem uma mentoria, é um papo, sabe? Pode trazer sua dúvida, uma ideia, um pedido de revisão etc.
antes que você vá ver se a roupa já secou no varal
. a peregrinação pelos bastidores da minha produção de conteúdo será o tema da temporada 2023 desta newsletter. Antes de ir, contudo, resolvo sinalizar que de vez em quando teremos narrativas melhor pensadas e desenvolvidas, seguindo determinado padrão de produção e disseminação de conteúdo.
: não tenho pressa de publicar. É slow content. É para falar do que mas ninguém ou quase ninguém fala. E começa em breve. O tema?
Borges é tudo. Eu sempre fui fascinado por “O Aleph”. E acho que você vai gostar de “a queda do céu” do Davi Kopenawa e Bruce Albert. Especialmente na parte final que narra o processo antropológico/linguístico da construção do livro.