Depois de ontem, pensei em nem enviar e-mail hoje...
Mas vocês de minha provável audiência, não merecem. Alguns estão comigo desde 2004, entre os primeiros posts improvisados no Carreirasolo.org, depois nas sucessivas temporadas do FalaFreela, da Contém Conteúdo e de seu podcast (caso não se lembre, é o A Voz Da Marca, sim o melhor nome de podcast fora do ar da podosfera BR) e tantos outros projetos, presenças e ausências.
Eu, sinceramente, estou mais ansioso pelo desdobramento prometido para hoje no Supremo do que da palhaçada promovida ontem por homens brancos de meia idade ressentidos e carentes de um mundo que não existe mais. Embora, tenha me dado uma sensação de “blé, não tem mais jeito esse bananódromo que a República se transformou/revelou ser desde sempre."
Mas o fato é que, para aquilo que interessa a nossa tríplice fronteira entre tecnologia, comunicação e cultura, o grande quebra-mola foi a medida provisória do dia 6.
Em resumo, o documento torna mais difícil solicitar a retirada de conteúdos e perfis das redes sociais, sem que haja algo definido como “justa causa”. Sim, é a Medida Provisória das Fake News. No caso, a favor das mesmas. E contra o Marco Civil da Internet brasileira, tido como um dos mais avançados do mundo. Se no Brasil, a prática não fosse inimiga da teoria.
Na prática, a que manda no país dos desmandos, o que temos é um certo tom facilitador para as fábricas de narrativas seguirem publicando e turbinando campanhas de ódio e desinformação pelos próximos 120 dias, período no qual a Medida Provisória segue valendo sem que precise da aprovação do Congresso, que deve derrubá-la.
Portanto, queridos, meu pedido para daqui pra frente, levando-se em consideração que eu esteja em posição de levantar pedidos à comunidade, é seguirmos com atenção redobrada como desatadores de nós em narrativas falsas. Na família - de origem ou escolhida -, no trabalho, nas relações conjugais e demais grupos humanos. Só a partir do poder do bem intencionado é que vamos atingir alguma coletividade pronta para transformar.
Caso eu mereça o seu [PLAY], aí vai uma dica
Sobre o tema “coletividades que transformam”, vou indicar algo de cabotino, mas que soará apropriado. Na última sexta-feira, na correria das preparaçào para o feriadão, foi ao ar o sétimo episódio do HumanoramaCast, onde conversei com Bárbara Bono, Anderson Meneses e Domingos Guimarães justamente sobre o poder desses coletivos. Vem de PLAY!
…ou o seu [READ]
Caso queira saber um pouco mais sobre a formação original destes coletivos, sempre indico um livrinho chamado Grouped, do Paul Adams.
Eu o conheci - o livro, não Paul - , a partir de um dos editais de processos seletivos para o Mestrado em 2019/2020, mas ele segue valendo em seus conteúdos mais seminais sobre a noção de laços fortes, laços fracos, da capacidade REAL do cérebro hunano em processar relações etc. É uma leitura rápida coisa de final de semana, mas que deixa você encafifado por alguns meses depois.
E é isso, pessoal. Até semana que vem. Não, antes, claro, sem deixar a perguntinha da semana:
Você é do time que falou “Eu avisei", né?