É a última de 2021. Sim, é uma retrospectiva.
(A grande onda de Kanagawa, ou a Grande Onda é uma xilogravura do mestre japonês Hokusai. Data de 1830 como me explicou esse site aqui.)
Puta-que-pariu-o-que-foi-2021.
Começo a última newsletter do ano com o grito preso que precisa funcionar como um respiro porque já, já, posso estar olhando para um horizonte de tsunami e gritar novamente um… puta que pariu, lá vem 2022.
Mas o fato é que foi um ano atípico também em outro extremo da corda, aquele nem tão ruim assim. Se em 2019, aceitei pegar na mão de outras orientações e abaixar a cabeça para deixar entrar um conhecimento novo, que ontem passou por uma prova e alguns arranhões, 2021 foi o ano em que deixei expandir minha participação em um imenso grupo de comunicação, coisa que não imaginaria entre 2010 e 2020. Mas tudo mudou e o que a gente faz é mudar junto.
Dentro desta operação, tive o prazer ainda de participar de um projeto de conteúdo em áudio que me colocou em contato com gente muito interessante, discutindo temas relevantes e distantes da guerra de narrativas que vai nos visitar no próximo ano. Olha só, quem diria, um Festival de Conversas. Devemos voltar em 2022? Quem sabe, não é mesmo?
Encerro rapidamente um imenso nariz de cera da introdução, para lembrar que estamos aqui em mais uma edição de nossa newsletter, esta incansável tríplice fronteira entre tecnologia, comunicação e cultura, para celebrar você que faz parte de minha provável audiência.
Ou melhor, vários de vocês. Três mil de vocês. Em média 10% de três mil de vocês que são ultra-engajados. Pois é, é uma retrospectiva. Já que estou curtindo isso de revisitar o momento blogueirinho de 2000-e-vocês-só-viam-Digimon-Na-Eliana, aí vai aquele textinho de final de ano com os mais lidos.
Seis e-mails que curti muito você ter lido em 2021
Esta newsletter começou com um movimento ousado: unifiquei minha base de assinantes dispersa em vários projetos desde 2004 em um único produto de conteúdo, a partir do qual tenho me comunicado desde então.
Uma das primeiras surpresas foi a permanência da galera, que poderia - justificadamente - promover alguma resistência em uma mudança não avisada de propósitos e interface. Mas vocês seguem por aqui, o que me leva a crer que em alguma coisa devo estar acertando.
Por isso separei seis das edições com as quais vocês mais interagiram. Em média estou gerando movimento em 10% da base, como falei. Ou seja, cabe expandir. Eu posso me comprometer em escrever toda semana. E vocês, em ajudam a espalhar as boas-novas? :)
Show me the numbers!
Sem mais enrolação, vamos lá. Organizei não todos os posts, não todos os números, mas aqueles que reunidos, reforçaram minha missão por aqui. interessante notar como a quantidade de aberturas foi aumentando: é o que chamamos sair do conhecimento para a consideração, né?
582 de vocês abriram para ler a história dos tempos que andava para cima e para baixo com Alex Castro, vendendo projetos de consultoria de usabilidade, em outra encarnação deste hoje Mestre Zen Budista. Se você perdeu essa, é a hora:
A jornada que me levou a mudar um pouco o ritmo de entrega desta newsletter interessou a um pouquinho mais de gente, estimulando 590 de vocês.
Na terceira edição mais lida, cabe um alerta: eu não sou assim tão anti-Apple, não, tá? Tenho até amigos que tem. :) O fato é que como estou imerso em uma tonelada de leituras sobre capitalismo tardio, neoliberalismo e plataformização, vez ou outra tem uma historinhas que não descem, sabe?
Daí, 638 leituras depois, dá para dizer que se colocar Apple no título, maior galera vem. Se é pelo mesmo motivo que me estimulou a escrever, só aguardando os comentários.
(Aliás, bora comentar? É só clicar no balãozito ali embaixo. Aliás 2, é de graça)
Na sequência, fiquei feliz em comemorar a reverberação de 700 leituras da edição em que comentei sobre minha relação complexa com a habilidade de “arrumar as minhas turmas”. Quem me conhece sabe. Até porque são poucas pessoas.
789 pessoas fizeram coro a outro envio focado na Apple. Sério, eles se superaram demais nessa. Santo Cristo do Céu.
E como cultura é um território importante para este que escreve, fui conferir o documentário-sem-cortes de Peter Jackson sobre o álbum Get Back dos Beatles e registrei minhas impressões em uma das mais recentes edições, que levou 981 pessoas à leitura.
Sim, quero começar 2022 com mil leituras por edição
Por que é preciso ter metas na vida, mesmo que sejam inúteis, não é mesmo? Digo isso porque esse revival das newsletters pessoais (a cena está aquecidíssima nos EUA) tem a ver com a nossa necessidade de conexão e, sobre ela, sabemos que mais rica é quanto mais atenção dedicamos ao momento e isso não bate com volumetria, milhões de seguidores e comentários sem resposta.
Mas, ainda assim, acho que dá para fazer essa minha maneira de ver o mundo chegar mais longe. Primeiro, porque, sem dúvida (ou modéstia), acho necessária. Em algum momento a gente tem que parar de bater palma para qualquer maluco que vende qualquer novidade pseudo-disruptiva como a solução para toda a espécie humana. Spoiler: normalmente funciona como o oposto disso, tá?
Segundo, por que preciso voltar com o podcast que originou esta newsletter. Caso você não tenha ouvido, fica o convite. A ideia é voltar ano que vem com formatos mais ágeis e de vez em quando entregar algo mais experimental, porque preciso.
Terceiro, porque o Substack como plataforma que é prevê que em algum momento a gente vai lograr êxito em montar algum tipo de viabilidade econômica para os textos que produzimos como fruto de nossos interesses e pesquisas. E, para isso, preciso ir mais longe. Aliás, é a hora se você ficou animadx:
Explicando a paradinha
Esta é a última edição de 2021. Mas não vou parar exatamente de pensar nisso aqui. A ideia é promover alguma evolução/ajuste em todo o projeto mauroamaral.com, revistando algumas editorias e propósitos. Que, aliás, soam mais atuais do que nunca. O que seria a W3 senão aquilo que falei no Manifesto?
Vou descansar um pouco deste ano-tsunami ficando longe de telas por alguns dias nos quais espero repensar isso tudo. No lápis e no papel.
Mas, agende aí: 05/01/2022 tem edição nova em sua inbox.
Até lá, um excelente final de ano se o seu calendário for o Gregoriano! Mas se não for e quiser comemorar com a gente, é só chegar.
Fiquem em paz,