Edição biscoiteira e ao vivaço
Mas vem que tem bastante coisa interessante: fotografia x AI, cursos sobre o tema e dicas de ferramentas
Semana corrida e começo o dia preparando a edição que já deveria ter chegado na sua caixa na primeira hora da manhã. Sem mais nem porque, me pego pensando nas possibilidades. São muitas sempre, que me engolem como uma imensa onda feita do edredon mais confortável: não afoga, só aconchega.
E, em função disso, por vezes, me deixa paralisado: como tanta coisa consegue acontecer sem que nossa dimensão humana dê conta? “Ela não tem que dar conta de tudo”, me lembra a consciência que me dizem não sou eu exatamente.
Mas o fato é que uma das possibilidades é uma edição absolutamente biscoiteira. Lembrando que faço isso desde antes do Twitter nascer. E olha que ela já morreu. Eu chamava de “Quintaessências”, e era um post de links interessantes em um dos meu primeiros blogs. E saí na quinta com o essencial para se saber naquela semana.
O que nos leva a pensar em duas coisas: a primeira é que eu curto um trocadilho e a segunda é que, desde sempre, já havia entendido que “não tem que dar conta de tudo”. E sim achar que aquilo que se deu conta naquela semana foi tudo o que você pode fazer de melhor.
Hoje, às 10h38 desta mesma quarta-feira, as linhas a seguir são o que eu consigo de fazer melhor esta semana. Comentem!
Edição absolutamente biscoiteira para a provável audiência que também mora da tríplice fronteira entre tecnologia, comunicação e cultura.
Penso que eu bem que poderia começar a edição falando do Boris. Boris Eldagsen é um artista alemão que ganhou um prêmio de fotografia prestigiado usando uma imagem gerada por inteligência artificial (IA).
Ele admitiu publicamente que não criou a imagem vencedora, mas sim aplicou um gerador de IA para produzi-la. Isso levantou questões sobre se as competições de fotografia devem permitir que imagens geradas por IA participem ou não.
Eldagsen decidiu recusar o prêmio e doar o dinheiro para um festival de fotografia na Ucrânia. Ele espera que sua recusa acelere a discussão sobre se imagens geradas por IA devem ou não competir com fotografias tradicionais. Ele argumenta que as duas são entidades diferentes e que a competição deve permanecer exclusivamente para fotografia tradicional.
O incidente de Eldagsen levantou questões sobre se as competições de fotografia devem permitir a participação de imagens geradas por IA ou não.
A World Photography Organization, que concedeu o prêmio, disse que eles estavam cientes da natureza da imagem e que ela se encaixava nos critérios da categoria experimental.
No entanto, depois que Eldagsen admitiu publicamente o uso de IA, eles suspenderam as atividades com ele e removeram sua participação da competição.
A organização afirma que continua comprometida em explorar o impacto das práticas de IA na imagem e na arte, mas que os prêmios continuarão a ser uma plataforma para homenagear a excelência e habilidade dos fotógrafos e artistas que trabalham com o meio tradicional.
Ou então, poderia falar também da entrevista recente de Sam Altman, CEO da OpenAi (ChatGPT), à Wired. Por lá, declarou que a estratégia de aumentar o tamanho dos modelos de inteligência artificial (IA) está esgotada.
Embora a empresa tenha entregue avanços impressionantes na IA que trabalha com linguagem nos últimos anos, treinando algoritmos de aprendizado de máquina existentes e os escalonando para tamanhos inimagináveis anteriormente, Altman sugere que novos avanços não virão mais do mesmo.
"Acredito que estamos no fim da era em que os modelos serão gigantescos"
Altman sugere que o futuro da IA está em torná-los melhores de outras maneiras. Isso sugere uma reviravolta inesperada na corrida para desenvolver e implantar novos algoritmos de IA.
Ou, quem sabe, lembrar que o mundo acadêmico - claro - está de olho no que vem por aí? A galera de Educação Básica da USP, por exemplo, tá com um minicurso on-line gratuito chamado "Língua, Lógica, Matemática: Sobre Algoritmos, Bits e Vírus". O professor Nilson José Machado, coordenador adjunto da cátedra e docente da Faculdade de Educação da USP, vai dar a aula ao vivo no Youtube.
Essa aula faz parte do ciclo de minicursos "Seres, Sujeitos e Sentidos da Educação Básica" e o objetivo é falar sobre como os saberes da língua materna, lógica e matemática estão se relacionando com a inteligência artificial. Tudo isso é muito importante pra formação do cidadão.
O professor Nilson José Machado vai bater um papo sobre as possibilidades e os limites da tecnologia e falar sobre a alegoria biológica dos vírus e sua relação com as tecnologias digitais. Além disso, ele vai mostrar como esses temas podem ajudar a formar um cidadão completo.
É uma oportunidade incrível pra gente discutir sobre a importância da tecnologia na educação e na vida das pessoas. Bora lá participar!
Para concluir, bem que eu poderia trazer umas ferramentinhas, hein?
O Descript - que é um editor de vídeo baseado em AI sobre o qual ainda vamos falar - preparou essa listinha de prompts para creators, focado em ChatGPT. O material é focado em workflow de produção de vídeo, áudio e texto.
Já o PodSqueeze promete levar a lógica do “repurpousing” de conteúdo, ou seja, retrabalhar, recortar e reaproveitar peças já criadas, ao mundo do podcast. Mais uma vez usando modelos de machine learning, promete gerar cortes, transcrições e até newsletters inteiras. Hmmm… sei não.
Tem também o SessionLab que - UFA! - não usa IA ainda. Seu propósito é preciso: organizar palestras, cursos e workshops naquilo que têm de mais precioso: a gestão do tempo. Você consegue jogar seu conteúdo em uma timeline e detalhar tempos e movimentos (além, é claro, do conteúdo em si) para ver se tudo vai funcionar no ritmo que espera. 🙂
Caiu na minha caixa postal mas poderia estar na sua.
Aquela sessão camarada que apresenta uma nova newsletter aqui do Substack para você. A menção de hoje vai para
que todos os dias traz um atalho útil em sua atalho.xyz.Com textos rápidos, links precisos e sem enrolação a news é um desafio para os colecionadores de Abas. Mas, com certeza deve ter um atalho que ajuda a organizar depois! ;)
…e se você fosse meu assinante regular?
Você entenderia que, teria dias, que seria só isso mesmo.
Dito isso, que tal apoiar não só a mim mas todos os criadores de conteúdo deste ambiente? Essa é a ideia por trás do Substack, aliás: permitir a quem é ligado umbilicalmente a produção textual, conseguir captar alguns caraminguás.
Eu pensei no seguinte: por apenas R$ 7 mensais, você garante recompensas alinhadas com o meu trabalho por aqui:
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E como conversa é o que move o mundo, temos um grupo fechadíssimo em nosso Telegram para seguir conversando, indicando leituras e debatendo os temas dos programas. Normalmente, entro em contato tão logo a pessoa assine. Mas, caso tenha deixado passar, fala comigo!
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