Numa inbox próxima ao chão, vivia um texto semanal
Por que vou publicar uma vez por semana e não todos os dias e porque sumi 21 dias
Senti alguma fagulha de recomeço hoje cedo. Eram 6h45 e, enquanto repassava a agenda do dia, recontava também os pequenos sucessos das últimas semanas.
Entre o curioso espaço de tempo transcorrido entre a última vez que mandei uma edição desta newsletter para vocês e hoje, 21 dias se passaram e com eles uma difícil mudança de endereço, o encerramento de alguns ciclos e o recomeço dos recomeços, de volta ao ponto de onde tudo partiu, em 1999. O que me fez recordar, sacar da estante e fotografar uma das primeiras frases mais famosas da literatura:
Penso que possa estar assustando a provável audiência e decido explicar: todos estão bem, dentro do que se pode chamar de estar bem em meio a uma pandemia de vírus, desinformação e ataques à estabilidade democrática; aqui e ali passos profissionais são retomados, os mais lentos desde 2009, porém constantes. Só que em função de acertos, planejamentos, e possíveis futuros, estamos recomeçando de forma ainda assustadora, alterando planos, rotinas e espaços da família. É o famoso tudo mudou por fora para que pouco mude por dentro.
E aqui neste momento, acho curioso como realmente tendemos a moldar a realidade à semelhança daquilo que nos vai à cabeça (uma tendência gnóstica talvez?) e me recordo que o motivo deste retorno às comunicações sequer tem a ver com o lado prático do mundo material, mas sim sobre a mudança de periodicidade na newsletter. Como casa de minha produção textual, esta aqui também vai passar por mudanças.
Entendo que esta comunidade aqui nasceu da vontade de encarar um projeto diário com o qual sempre flertei, tendo assumido várias formas de 2016 para cá. Já cheguei a apresentar para alguns contemporâneos, por exemplo, um projeto de podcast com este recorte. Sim, hoje acho curiosa a pretensão de lançar 31 episódios por mês, estando eu sozinho a produzir, entrevistar e editar todos eles.
Assim, achava que sendo o texto minha casa única e indivisível, e estando eu 12 horas por dia na frente de ferramentas como essa aqui que me permitem produzi-los com certa agilidade, seria tarefa fácil. Mas, o trabalho que ocorre fora daqui (você pode encontrar um resumo em meu site pessoal com as quatro manifestações de minha atividade profissional) tal qual massa bem feita, tende a se expandir infinitamente, como um fractal de boas ideias e péssimas execuções. E daí, senti que não daria. Na verdade, vocês sentiram. 21 dias.
Por isso, a semana agora é o nosso dia
A instigante fronteira entre tecnologia, comunicação e cultura nos traz, sim, todos os dias, novidades, notícias, links interessantes e reflexões. E nem estou entrando no campo do que estou lendo e preparando para a dissertação do Mestrado, que segue em ritmo de sua qualificação. Falo aqui apenas da camada mais imediata destas novidades, a do mercado.
Mas, para seguir compilando e dando costura a essa torrente, acredito que faz mais sentido travar a mira na curadoria feita durante uma semana, com comentários e ligações mais ricas do que apenas repassar, entende?
Então, é isso. No big deal. A partir da semana que vem, teremos uma edição nova às quartas-feiras pela manhã para os assinantes na modalidade gratuita. Para os pagantes (em qualquer categoria), estou estudando edições extras e versões em áudio fechadas. Sim, corre um boato de que sou host de podcasts.
Se você acredita que faz sentido apoiar essa jornada semanal com um pouquinho mais do que sua presença na abertura dos e-mails, é essa a hora. A partir de R$ 7 por mês, você já entra para o círculo mais íntimo:
Vale o seu [play]
Outra coisa que rolou nestes 21 dias de hiato foi o início da primeira temporada do HumanoramaCast, o podcast do Rock in Rio Humanorama. Sim, um momento “tô na Globo”, ou quase. Eu sou o host da iniciativa e também assino os roteiros, edição e gestão de forma geral. Olha aí um resumo do que já foi ao ar:
Episódio 1: entrevistei Roberta Medina, Agatha Arêas e Luis Justo, todos da alta cúpula do Rock in Rio. No papo, a história por trás do nascimento dos projetos de impacto social do maior festival de entretenimento do mundo e porque estas iniciativas foram morar debaixo das asas da marca “Rock in Rio Humanorama”. Ouça no Spotify >
Episódio 2: coloquei a Monja Coen, o Gilberto Scofield Jr. (Agência Lupa) e a Diana Rafael (theminimalmaga.com) para me explicarem como “destravar a potência do eu” neste mundo caótico em que vivemos. Como a meditação pode nos ajudar a, ao nos colocar no ponto zero, enxergar o mundo de forma diferenciada com um olhar voltado para a alteridade? Ouça no Spotify >
Episódio 3: foi a vez da dupla de repentistas filosóficos Dante Freitas e Renan Hannouche (gravidadezero.space) trocarem figurinhas com Lua Couto futuropossivel.com.br) sobre o conceito de Inovação. Os dois primeiros trouxeram aquela pegada da SingularityUniversity enquanto Lua veio com o conceito de Regeneração, explicando que a inovação dentro dela mesma - e sem conexão com uma renovação de conceitos sobre o “eu” e o “todo” - é inócua. Gostei bastante disso. Ouça no Spotify >
Episódio 4: este saiu hoje e reuniu o Christian Rôças, CEO do Porta dos Fundos, com a Marcelle Xavier do Instituto Amuta e a Diana Nunes, documentarista portuguesa que está em Amsterdã ensinando idiomas para refugiados, para falarmos da força do projetos voltados ao coletivo. Qual a nossa responsabilidade enquanto produtored de conteúdo em iniciativas como estas? Ouça no Spotify >
Bom, é isso por hoje, pessoal.
Para fechar, a perguntinha que gostaria de fazer e espero respostas, comentários e demais interações:
Quem aguenta tanta reunião por videoconferência?
Acho que a pergunta é quem aguenta reunião ou quem aguenta videoconferência. Sdds mesa de bar.