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Não sou muito de pegar caronas. Até porque já temos um tanto assim de cultura pop nos dizendo que não é uma boa e que um polegar levantado na hora errada pode fazer você parar em um roteiro do Stephen King. Mas, descontando os avisos que a vida nos dá, pegarei uma hoje, comentando rapidamente o último episódio da segunda temporada do “…And Just Like That”.
Caso você não saiba, o conteúdo exclusivo da HBO MAX é a continuação do “Sex and the City”. Sim, aquele mesmo do final da década de 90. Na primeira temporada deste reboot, revisitamos as amigas em 2022, trazendo Carry, Charlotte e Miranda face a face com sua meia idade, em luto pela ausência da Samantha e tentativas aqui e ali em atualizar suas mesmas punch lines de 20 anos atrás…falhando miseravelmente.
Mas, deram a volta por cima na segunda temporada que conseguiu com alguma delicadeza abordar personagens não-binários, falência da masculinidade (quando não estivemos falidos talvez seja a melhor questão, mas isso é outra história) e até, de forma menos sociológica do que os temas anteriormente citados…a ascensão e queda da onda podequestal (eu ri da “queda”, mas vá lá); a necessidade e possibilidade de reinvenções pessoais depois dos 50 e tantos, e outros temas.
Eis que o último episódio da segunda temporada marca a despedida de Carrie de eu icônico apartamento, aquele que nos apresentou à possibilidade de uma vida de home-office abastada de escritora novaiorquina. Em uma mesa ricamente decorada (afinal, ela é milionária, caso você tenha esquecido), a colecionadora de sapatos abre os trabalhos perguntando aos seus convidados (que estavam ali para degustar o menu de um chef com estrela Michelin), o que topariam deixar para trás, assim como ela, com aquele jantar simbólico.
A palavra dá a volta na mesa de 20 lugares até voltar para ela que respira fundo quase olha para a câmera e vaticina:
“eu estou deixando para trás as expectativas”
Achei de uma canalhice sem tamanho falar de deixar para trás expectativas quando já se tem tal nível de acumulação de capital? Sim, achei.
Mas em igual medida consegui tirar algum ensinamento também. Ainda que do outro lado (ou vértice) dessa acumulada distribuição de uma pirâmide nada social; deu para desdobrar um ou outro aprendizado. Mas, aqui é uma newsletter que sempre me avisa que meu limite de caracteres está perto do fim. Então vou sintetizar.
Não espere mais do que a medida certa;
Confie em sua raridade e no fluxo de ações positivas;
Valorize o tempo que você (AINDA) tem;
Seja paciente com os outros;
E com você mesmo;
Não se esqueça de que o que você fizer vai voltar;
E que, claro, tudo o que existe é a sua mente, moldando o mundo.
E sim, curto séries e comédias românticas, mas não Doramas.
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(Embora tenha planos pagos sobre os quais estou tentando evoluir o pensamento.)
[READ] → No NYTimes sobre apneia do e-mail
E a pesquisadora que identificou em alguns entrevistados que existe a "Apneia do E-mail"? Em um tweet: notificações e caixa de e-mails cheia gera taquicardia e alterações no ritmo respiratório.
Quem por aqui não viveu esse pânico dos emails e notificações não lidas? Eu confesso que assim que sou convidado a um novo ambiente desses a primeira coisa que procuro é silenciar.
E agora, esse desagrado que é entregar o seu tempo e tranquilidade a uma plataforma foi testado e medido. Nada de novo, mas achei interessante a abordagem.
Você pode ler aqui o artigo completo, que requer cadastro no site do jornal.
[READ] → Nem precisa rebobinar…
Achei curioso e trouxe aqui: a Netflix anunciou em abril que enviaria seu último DVD pelo correio em 29 de setembro, mais de 25 anos após ter enviado o primeiro. Esta semana, a empresa informou que os assinantes da DVD.com podem manter todos os discos que haviam alugado antes do encerramento do serviço.
A locadora vermelha também enviará uma remessa surpresa de até 10 discos adicionais aos assinantes após o fechamento do site. O que mais me surpreende aqui nessa situação é que tem uma galera que, sim, consome DVD: pessoas que moram em áreas rurais ou que gostam de filmes que não estão disponíveis em serviços de streaming, por exemplo (aqui, na realidade americana, cabe dizer).
O fato de a Netflix permitir que alguns desses assinantes fiquem com uma dúzia ou mais de discos é generoso, mas também destaca como a empresa está deixando para trás muitos de seus clientes mais leais →
[PLAY] → Esse documentário
Na média, somos muito submissos ao que a tecnologia nos diz para seguir. Somos criadores de tendências capturados por um devorador de tendências. Mas, vez ou outra, alguém é tão preciso na crítica a esse comportamento que uma peça genuína de cultura pop digital nasce.
Gosto demais quando se usa de ironia para criticar hegemonia estética, como fez Nikita Diakur nesse curta-documentário sobre suas peripécias com AI →
Será que hoje têm biscoitinhos para a provável audiência?
Saiu mais uma edição do “Trend ou Flop?", uma outra newsletter que estou acompanhando e que fala do universo dos criadores de conteúdo para eles mesmos, com dicas de qual meme seguir, que som utilizar, além de destacar perfis que estão hitando, você pode assinar aqui →
Esse episódio do podcast Resumido sobre sexo em carros autônomos está dando (ops) o que falar →
Dia 12 se setembro vem aí mais um lançamento cafona de iPhone, no caso o 15. A grande novidade: USB-C e aparelhos que podem chegar à R$ 20k. Eles até enviaram convites →