TikTok e a lavagem cerebral da juventude americana
Calma, não é uma afirmação categórica. Vem ler esta edição que você vai entender.
O TIKTOK estaria fazendo lavagem cerebral na juventude americana com mensagens em desfavor de Israel em seus mais recentes conflitos. E isso seria uma das razões para o pedido de banimento da plataforma nos EUA.
Acredite se quiser, foi o que li no e-mail de hoje que a Vox Media me envia todos os dias. Obviamente, o texto é mais completo do que isso, trazendo todo o histórico ao redor deste movimento do congresso americano, que remonta o governo Trump aliás, e começa com o risco à segurança nacional. O que, aliás, faz mais sentido.
(Também faz sentido o fato de isso abrir caminho para Youtube e Instagram recuperarem o tempo perdido, copiando, adaptando funcionalidades à demanda desta nova estética focada unicamente em entretenimento)
Contudo, essa outra direção ("Socorro! Eles querem a nossa juventude") está aqui porque me lembrou outra e que talvez você não tenha entrado em contato. Já se tentou banir os quadrinhos nos EUA também. Com o mesmo suposto motivo. Contra os comunistas.
O Macartismo foi um período marcado pela intensa perseguição anticomunista nos Estados Unidos, principalmente na década de 1950, liderada pelo Senador Joseph McCarthy.
Essa época é caracterizada por uma caça às bruxas política onde muitas pessoas foram acusadas de serem comunistas ou simpatizantes do comunismo, muitas vezes sem provas concretas, resultando em blacklists e perseguições em diversas áreas da sociedade, incluindo a indústria do entretenimento.
E foi esse contexto que deu origem ao Comics Code Authority (CCA) em 1954. Esse código de ética foi estabelecido pela indústria de quadrinhos em resposta às crescentes preocupações do público e do governo sobre o conteúdo dos quadrinhos, que supostamente poderia corromper a juventude.
Os quadrinhos foram acusados de contribuir para a delinquência juvenil, e houve audiências no Senado sobre o assunto, notavelmente envolvendo o psiquiatra Fredric Wertham, autor do livro "Seduction of the Innocent", que criticava fortemente o impacto dos quadrinhos sobre as crianças.
O Comics Code proibiu explicitamente a representação de nudez, drogas, desrespeito à autoridade, e violência excessiva, além de impor severas restrições à forma como o crime poderia ser retratado.
Quadrinhos que abordavam temas sociais críticos, ou que apresentavam uma visão alternativa dos Estados Unidos, foram especialmente afetados, levando a uma era de histórias mais domesticadas e moralistas. Personagens e narrativas se tornaram mais conservadores, refletindo os valores idealizados americanos da época.
Esse período de censura e controle afetou significativamente o desenvolvimento criativo e a diversidade temática dos quadrinhos americanos, influenciando as décadas de 50 e 60 e além. Quadrinhos mais ousados e experimentais só voltaram a ganhar espaço com a diminuição gradual da influência do Comics Code nas décadas seguintes.
Ou seja: vivemos um Dia da Marmota eternamente nesse planeja azul.
Por hoje foi isso. Mas a ideia é que precisamos entender sempre os porquês no lugar dos comos, sabe?
Até!
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E aí temos na década de 70 aquela capa maravilhosa de "Arqueiro Verde e Lanterna Verde" com o flagrante de uso de drogas pelo Ricardito, trazendo o tema de novo para a cultura POP.