O dia que ouvi um podcast e lembrei de como podcast era bom
Vamos falar de "A Hora da Vitrola", sobre concursos de contos Sci-Fi, chats e como envelhecer bem seguindo o exemplo de Patti Smith...
(antes de começar, lembrando que temos um servidor no Discord e um grupo no Telegram e até um Canal no Instagram para seguirmos conversando durante a semana. Passem por lá!)
Novos formatos, quem resiste a eles, não é mesmo? Em se tratando de uma newsletter isso é ainda mais verdadeiro porque por aqui vivemos em um eterno testar, entender o que engaja e, não raro, enfrentar dilemas.
Por exemplo: eu havia planejado preparar as edições semanais em 2023 com um mega-tema na cabeça, colocar uma das minhas playlists mais inspiradoras e sentar o dedo no teclado, como se diz aqui no RJ. Só que isso estava começando a ficar inviável e até mesmo contraditório com o manifesto que segue firme em minha produção mais pessoal, desde 2019.
Por outro lado - olha o dilema nascendo aí -, acho preguiçoso o modelo da maioria das newsletters que se dispõe a pensar sobre tecnologia e cultura: uma coleção de parágrafos-linkados com comentários rápidos sobre o que pingou em seus canais de contato com o mundo digital. Como resolver isso? Como conseguir quebrar a barreira da entropia e encontrar algum fio condutor a cada semana em meio a tantos temas que nos atravessam? E seguir se divertindo no processo?
A proposta em resposta à essas dúvidas é a edição inaugural deste novo formato. Fui no seguro: como estamos contando histórias; seja no resgate de podcasts feitos, seja no convite para quem quer contá-las no mundo do futuro do Sci-Fi ou ainda como as IAs estão nos ajudando (#ironia) a otimizar o processo.
Espero que discutam. Por que gostar é algo muito pessoal. ;)
[REC]: PODCAST FEITO DE HISTÓRIAS MUSICAIS
Uma das grandes vitórias de toda a jornada que enfrentei entre 2020-2022 construindo a minha dissertação de Mestrado pelo PPGCOM da UERJ foi não perder a paixão pelo meu objeto de estudo que, caso você não saiba, são os podcasts.
Sim, tem um certo rancinho dos formatos atuais (mesacasts com celebridades ocas) porque na mesma medida que ajudaram a aumentar a média de horas ouvidas nas estatísticas de mercado, diminuíram a qualidade do material produzido. E, em casos extremos, disciplinaram as formas de produção, em função da insistentemente incômoda agenda opaca de nossa realidade plataformizada. Mas, como tudo na vida, existem exceções.
E uma delas é o podcast “A Hora da Vitrola", que na verdade é também um programa de rádio da Eldorado FM (SP), tocado por André Góis.
O programa, que em sua verão radiofônica já recebeu prêmios da APCA, é ótimo por si só. Mora na mesma categoria dos podcasts musicais que mais curto, como o Song Exploder, o Strong Songs e o brazuca Ser Sonoro (que nasceu de uma tese de Doutorado de Fernando Cespedes, que tive o prazer de entrevistar) por dissecar canções, carreiras e biografias de quem dedicou sua vida - até o final repentino em alguns casos - à música.
Mas, no episódio que celebrou os 50 anos do Álbum Dark Side of the Moon do Pink Floyd, dá para arriscar que Góis nos premiou com a sua obra-prima. Tudo ali está absolutamente perfeito: a formação do grupo, as influências e tentativas em explorar novos sons, a ideia de saírem em turnês antes de gravar…até o ponto culminante com a criação ao maior álbum de Prog-Rock nos anos 70. Pesquisa impecável, texto primoroso, produção gostosa de ouvir.
Fica a dica: tire o domingo depois do almoço e embarque nesse episódio.
[READ]: PHILIPI MEU K DICK
A editora Epacta avisou em seu perfil no Instagram que está com edital de contos de Sci-Fi aberto para obras originais e não originais. É a Antologia Deus Máquina. É super fácil participar, se liga.
A antologia será organizada por Fagner Vieira e com Antenor Mário como autor convidado. O tema da antologia é "Domínio alienígena através de máquinas e inteligência artificial", e os gêneros aceitos são ficção científica, cyberpunk, suspense e/ou terror, sendo o formato de contos com tamanho entre 1 e 4 páginas.
Cada autor pode enviar até 2 contos para avaliação, e o prazo para inscrição é de 01/03/2023 até 31/03/2023. O resultado será divulgado em até 5 dias após o fechamento do edital ou durante o processo seletivo, e o lançamento está previsto para o dia 05 de maio de 2023.
A inscrição é gratuita, mas haverá um custo de participação de R$25,00 por texto aprovado. A publicação será em formato físico, pelo sistema Uiclap.
O botão abaixo leva você direto para o regulamento.
Pausa para perguntar algo muito importante:
[READ]: ALL YOUR BASES BELONG TO US
E por falar nas IAs… claro que o Chat-GTP segue evoluindo. Como toda inteligência artificial ela começa bem subserviente e enfrenta uma jornada exponencial até nos dominar a todos (o que nos conecta com a prateleira aí de cima e o clássico “Eu, Robô"). Mas o fato é que lançou seu quarto release, sim, o Chat-GTP 4.0 já está entre nós.
O lançamento da OpenAI traz inovações que eu consideraria dúbias. Explico: são interessantes mas chegam muito diluídas ao usuário final. Seu por um lado aprimora a precisão das informações e permite maior personalização de estilo e comportamento, por outro demanda um conhecimento da sintaxe nem sempre intuitiva para se chegar a esses resultados. E também, ao mesmo passo que introduz a multimodalidade, permitindo o entendimento e a descrição detalhada de imagens, segue ainda como uma IA generativa focada em texto.
Greg Brockman, co-fundador e presidente da OpenAI, mencionou em entrevista à Techcrunch que a empresa está testando uma versão do GPT-4 com uma janela de contexto maior, capaz de "lembrar" cerca de 50 páginas de conteúdo. Isso permitiria a criação de chatbots de inteligência artificial mais úteis e eficientes para empresas, com respostas mais informativas e conversacionais do que os chatbots e mecanismos de busca atuais.
O alerta aqui é sempre o mesmo: a cada dia que passa fica mais essencial considerar como o GPT-4 e outras tecnologias de IA podem impactar a privacidade, a disseminação de informações errôneas e a polarização das opiniões públicas. Além disso, é crucial discutir a responsabilidade das empresas e desenvolvedores na criação de modelos de IA seguros e éticos.
(Utilizei o próprio ChatGTP-4 para resumir a entrevista da TechCrunch. Depois, acrescentei um molho aqui e ali. Considero resumos consolidados um de seus usos mais seguros, vale dizer)
[READ]: I'M JUST A REGULAR DESKTOP GUY
Direto dos bastidores do Substack: quem é editor de publicações por aqui, recebeu um e-mail que pode interessar a vocês da provável audiência. Agora ja dá para bater um papo no chat de cada newsletter direto de seu computador.
A funcionalidade já existia nos apps de iOS e Android. Mas agora, disseminou. Vale chegar mais para comentar o que leram por aqui, mandarem sugestões, indicarem seus [READ]s,[REC]s e [PLAY]s etc.
…e se você fosse meu assinante regular?
Fazer newsletter é um trabalho delicioso. Mas, dá trabalho. Que tal apoiar não só a mim mas todos os criadores de conteúdo deste ambiente? Essa é a ideia por trás do Substack, aliás: permitir a quem é ligado umbilicalmente a produção textual, conseguir captar alguns caraminguás.
Eu pensei no seguinte: por apenas R$ 7 mensais, os assinantes da newsletter garantem:
Acesso direto à íntegra de materiais das minhas pesquisas, o que é uma super-referência;
E como conversa é o que move o mundo, temos um grupo fechadíssimo em nosso Telegram para seguir conversando, indicando leituras e debatendo os temas dos programas. Normalmente, entro em contato tão logo a pessoa assine. Mas, caso tenha deixado passar, fala comigo!
Você têm uma hora por mês de assinatura para trocar uma ideia comigo sobre projetos de conteúdo. Não é bem uma mentoria, é um papo, sabe? Pode trazer sua dúvida, uma ideia, um pedido de revisão etc.
Caiu na minha caixa postal mas poderia ser na sua…
Longevidade é algo que se ganha com o passar dos anos, você sabe. Mas saber passar por isso, é outra coisa. A newsletter que gostaria de indicar hoje é de alguém que sabe. Seu nome?
!Se você nunca ouviu falar, se liga. Patti Smith é uma cantora, compositora e poeta americana nascida em 30 de dezembro de 1946 em Chicago, Illinois. Ela começou sua carreira na música nos anos 70, após se mudar para Nova York e se envolver com a cena artística local.
Seu álbum de estreia, "Horses", lançado em 1975, é considerado um marco do punk rock e da música alternativa. Patti Smith é conhecida por sua voz distintiva, suas letras poéticas e suas performances intensas no palco.
Ao longo de sua carreira, lançou vários álbuns aclamados pela crítica, incluindo "Easter", "Wave", "Dream of Life" e "Banga". Ela também é autora de vários livros de poesia e de memórias, incluindo "Just Kids", que ganhou o Prêmio Nacional do Livro em 2010.
Além de sua carreira musical e literária, Patti Smith é uma ativista política e social ativa, envolvida em causas como os direitos humanos, o meio ambiente e a luta contra a pobreza. Ela continua a ser uma figura influente na cultura pop e na cena musical alternativa.
A news da Patti e outros criadores daqui fica ainda mais bacana de se ler no app do Substack que tem para os dois sistemas operacionais mais disseminados, iOS e Android.
Biscoitinhos para a provável audiência que também vive na fronteira entre tecnologia, comunicação e cultura…
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Ah, cabe também um suave jabá da contemconteudo.com, a.k.a minha produtora. Em março assumimos parte da produção de conteúdo do BioParque do Rio e do AquaRio »
Para fechar, já que investi um tempinho em repensar o fluxo desta e das próximas edições, um [READ] de respeito para lembrar da importância de se viver em estado de flow »
E é isso. Curtiram o novo formato? Comentem, me procurem pelos canais de conversa e até semana que vem!
Gostei muito. Flui bem, profundo na medida certa permitindo com que você possa seguir compartilhando teu repertório tão bacana.
Gosto da pílulas também. Difícil é resistir em clicar antes de acabar de ler o texto. Mas consegui. Sinal de que os ganchos está funcionando bem.