Sobre A Voz.
Onde revelo um exercício de alteridade que me acompanha desde sempre. O impacto da arte a serviço.
Volto mais uma semana lembrando que na temporada 2025 jogamos ping-pong. A edição semanal por aqui traz novidades da fronteira, mas também flashes de um eu-artesão-de-letras em espaço proprietário.
E, sobre ele, destaco alguns trechos não sem antes, te dar contexto: falo sobre certa prática de me projetar nas coisas do mundo e assim, “Quando me projeto no viver de todas as coisas, sou eu mesmo aquela existência O que volta de lá é mais do que foi.”
Abro os olhos e, finalmente, experimento encontrar a mesma pessoa, no mesmo tempo, na mesma forma, no mesmo corpo. Espelho. Fazendo barba em 2018. Talvez por quase nunca ter tentando, foi tão revelador: e se eu me projetasse em mim mesmo como coisa e tentasse voltar de lá com algo novo para os meus projetos de conteúdo? Mergulho, reconecto, retiro camadas.
E ainda:
Lembro, ainda, de sinalizar para a provável audiência que esse estranho exercício de alteridade me acompanha até hoje. Gosto de me projetar no inanimado do mundo, imaginá-lo personagem de histórias surrealistas. Gosto de ir e voltar, me dissolver no comum dos dias e experenciar outras existências.
Na maturidade, descobri que isso pode se chamar dissociação. Obra de cérebros não-normativos que pensam o mundo de forma simultânea, transcendendo o tempo em que habitam. Sendo o tempo em uma segunda-feira e na terça não-sendo, dissolvendo-se no não tempo. Entenda como quiser-quiz-quererá.
Quero muito você lá, lendo e comentando este pequeno texto, 900 palavras e cinco minutos que teremos em comum. É só clicar na imagem:
Tá bem, ninguém pediu, mas aí vão alguns biscotinhos
Vi → Presença ( Steven Soderbergh, 2025 ) | A história acompanha a família Payne—Rebekah, Chris e seus filhos Tyler e Chloe—que se muda para uma casa suburbana aparentemente comum. No entanto, a residência abriga uma entidade invisível, conhecida como "a Presença", que observa silenciosamente as tensões familiares se intensificarem. A narrativa é apresentada do ponto de vista dessa entidade, o que me conectou com o que falei há algumas edições atrás sobre uma certa necessidade que estamos de experimentar fluxos acompanhados pelas câmeras.
Li → Os quatro primeiros capítulos de “A Cabala do Dinheiro", de Nilton Bonder | Livro que está na minha estante faz tempo. Até aqui, a curiosidade fica sobre reencontrar uma parábola sobre Purgatório e Céu que já citei muito por aí. Ensinamentos importantes sobre congelar seu trabalho em algo que gere escassez par ao outro - o que é ruim.
Li → O artigo “This More Than 380-Year-Old Trick Can Crack Some Modern Encryption" | A técnica de fatoração de Fermat, redescoberta por Hanno Böck, revela vulnerabilidades em sistemas de criptografia moderna, como a RSA, quando números primos não são gerados aleatoriamente. Isso levanta preocupações sobre a segurança da informação, especialmente com a ameaça dos computadores quânticos, exigindo atualizações nas práticas de segurança cibernética.
Li → O artigo “Where Does Consciousness Come from? Two Neuroscience Theories Go Head-to-Head” | Nele, aprendi que a origem da consciência é debatida entre duas teorias principais: a teoria da informação integrada (IIT) e a teoria do espaço de trabalho neuronal global (GNWT). Um estudo do Cogitate Consortium não favoreceu nenhuma das teorias, levantando questões sobre a validade da IIT, rotulada como "pseudociência". A pesquisa continua a avançar, buscando entender a consciência em casos de danos cerebrais e anestesia. Cometi esta variação aqui: “Por que a forma como falam muda a forma como pensam”.
Li → Esta matéria na Vulture: “Seriously, Why Are So Many Celebs Playing Uno?” | Você está sabendo? Parece que o Uno se tornou o jogo favorito de várias celebridades, começando com Kylie Jenner em 2020 e ganhando popularidade entre estrelas como Beyoncé e Jay-Z. Festas de Oscar e torneios pós-Met Gala, destacam sua ascensão como um fenômeno cultural e social, enquanto a Mattel considera adaptações cinematográficas para capitalizar essa tendência.
Vi → Esta versão da Moça com Brinco de Pérola de Vermeer com incríveis 108 GigaPixels. | A versão permite uma exploração detalhada e interativa, destacando texturas e nuances invisíveis a olho nu, enquanto democratiza o acesso à arte clássica e preserva o patrimônio artístico para futuras gerações.
E foi isso. Até semana que vem.