Sobre aquilo que ainda me emociona
E mais biscoitinhos sobre o que me chamou atenção na fronteira entre tecnologia, comunicação e cultura na semana que passou
Quando meus filhos, à mesa do jantar ou juntos assistindo a um filme, mesmo com seus já 20 e tantos, revivem antigas brincadeiras e implicâncias da infância feliz em casa de grande quintal;
Quando em visita a casal jovem do qual fomos padrinhos, olhamos para a mesa de jantar, diminuta, e lembramos que a nossa já foi assim e nem precisamos comentar pois percebemos juntos e telepaticamente que o tempo passa;
Quando alguém entra em um palco de concurso desses de calouros modernos (esses com “Idols” e “X”s) e toca à toda audiência com tal sublime senso artístico que - tenho certeza - todos envolvidos na produção tendem a querer largar tudo e apenas aplaudir;
Quando lembro que é possível fazer algo só pelo prazer de não fazer de forma perfeita e curtir a jornada;
Quando me reconecto com a contemplação atemporal, simples e bucólica sem culpa;
Quando em dia difícil, no qual não me vejo refletido ou ecoado nos ambientes que ajudei a construir, tenho a voz da consciência e experiência me lembrando do mantra da imagem que abre essa edição;
Em todos esses momentos e muitos outros, experimento algo para além da máscara racional que ofereço em holocausto à maioria de minhas interações sociais e sou, para todos os efeitos, apenas afeto.
E, por isso, dedico essa edição à busca incessante por aquilo que ainda consegue me emocionar.
[REC] → Curtindo a vibe host de podcast novamente
Flerto com um território novo: a divulgação científica. São ainda passos curtos, mas com olhar ao longe, na forma de criação de narrativas em áudio que conectem centros de pesquisa até vídeos que tentam traduzir conceitos para audiências mais normalizadas.
Sobre narrativas em áudio, dois podcasts saíram ao ar na semana que passou. Ambos vão registrar os bastidores, desafios e metodologias de educadores ambientais em dois parques dedicados ao tema na cidade do Rio de Janeiro: o BioParque e o Aquário Marinho.
Serão projetos especiais de seis episódios cada que reuniram pesquisadores, professores, executivos e demais envolvidos na conexão entre alunos dos ensino fundamental e médio e plataformas dedicadas à conservação do meio-ambiente.
Aqui você ouve o podcast do BioParque →
E aqui, o podcast do AquaRio →
[PLAY] → Nós, os Aliens dos outros
Lembro que ser ou não alienígena é uma questão de ponto de vista. Sob os olhares dos possíveis marcianos que nos avaliam - mui certamente de forma desagradada -, por trás de rochas vermelhas, somos estranhos seres em forma de máquinas frágeis que se arremessam do céu destemidas e, em alguns casos, esborrachadas.
Vez em quando temos sucesso, como no caso recente deste flagrante. O helicóptero experimental Ingenuity enfrentando a rarefeita atmosfera do planeta vermelho e tentando um voo rápido de alguns segundos. Mais do que isso, o feito se redobra porque a imagem foi capturada por outra sonda que está por lá, a Perseverance.
Mas tem outras que um retumbante fracasso é o que nos resta, como a sonda Luna-25, primeiro projeto pós-abertura da Rússia que, bem, se espatifou recentemente, ao tentar pousar na Lua.
[READ] → Aqui não violão, disse outro violão…
Spotify e estratégia, quando o assunto são os podcasts, parecem não combinar bem. Mas, é aquilo: o orgânico e incontrolável desejo do usuário normal de surpreender os donos de plataforma segue inabalável.
Eis que a turma do Daniel Ek encontra-se encafifada com um modelo de podcasts que está levando alguns dólares de anunciantes sem pronunciar uma única palavra: são os programas de relaxamento, “white noise podcasts” com sons de chuva e vento que têm bons índices de downloads e surpreendentes 3 milhões de horas de conteúdo disponíveis.
Li no Engadget que o próprio Spotify, depois de alegado “prejuízo” de US$ 38M, estaria deletando estes podcasts da base →
[READ] → Calma que nem é para tudo isso, disse a própria família…
Bradley Cooper está dirigindo e atuando na adaptação para o cinema da biografia do maestro Leonardo Berstein e a internet pirou em um possível “Jew's Face” por parte do ator que usa uma prótese no nariz para se parecer com o Maestro, que aliás é o nome do filme.
Até a família já se pronunciou alegando que “gente, apenas parem, tá tudo bem e vamos curtir o filme” →
Eu soltei essa antes em nosso servidor do Discord. Aliás, é a ideia começar a usar mais por lá. Você já chegou mais?
Biscoitinhos para a provável audiência que também quer conhecer Marte, mas com bilhete de volta…
Vi nascer, ajudar a limpar a placenta e batizar a newsletter "Trend ou Flop?", dedicada ao mundo dos creators das internet. Você pode assinar aqui →
Um dia eu já fui chamado de Twitter, mas agora meu nome é “X” e, além de montar letras iluminadas que despertam atenção da polícia e apagar imagens de 2014, parece que vou bloquear textos e links quando o conteúdo vier de veículos de imprensa →
Ao que tudo indica, os mais saidinhos estão usando o TikTok para disseminar um fetiche novo na área, o tal do “free use”, que é a brincadeira de ser abordado por seu parceiro em locais públicos para atividades libidinosas, claro depois do consentimento prévio de que isso vai acontecer uma hora ou outra →
O Youtube lançou uma iniciativa em parceria com alguns músicos para juntos entenderem e explorarem o uso da I.A na música. Você acredita daí e eu finjo daqui que é tudo de boa-vontade, tá? Neste post da Startupi tem mais detalhes →
Por outro lado, achei bem interessante essa ideia: Os “Clubs” da Endeless, uma plataforma de criação musical colaborativa. Tá aí um excelente uso para o 5G: criar com músicos do mundo inteiro sem delay. Será que rola? Aqui no site, todos os detalhes →
Bom pensar nos próprios momentos singelos que nos trazem prazer. Obrigado por isso.
E como timing é tudo, vale lembrar que a Índia acabou de realizar o seu feito: https://www.instagram.com/reel/CwSZTWbqYEL/?igshid=MzRlODBiNWFlZA==